sexta-feira, 31 de maio de 2013

NOVO GRUPO EM PERIGO DE FECHAR NUM PAÍS MORIBUNDO OU DA LUTA A TRAVAR!



NA CULTURA TOCOU A REBATE NO TEATRO ABERTO

Porque há momentos de natureza marcante e tão importante que devem passar à frente do mais, hoje a nossa página não abre com Dogma 12




NOVO GRUPO EM PERIGO DE FECHAR NUM PAÍS MORIBUNDO OU DA LUTA A TRAVAR!

No pp dia 28, mais de uma centena de artistas – e não só do teatro (Júlio Pomar por exemplo) – bem como até ex-responsáveis da tutela (Manuel Maria Carrilho, Mário Vieira de Carvalho, António Braz Teixeira) e vários intelectuais e representantes da comunicação social responderam ao apelo do Novo Grupo, classificado por um júri incompetente e servil em 39º lugar, de acordo com grelhas disparatadas de um qualquer Excel avariado. Para mostrarem a sua solidariedade e em que, de uma forma ou outra, registaram que “o ataque ao Novo Grupo representa um ataque geral ao Teatro e à Cultura para silenciar o pensamento” (Luís Miguel Cintra) e, por isso, “é hora de todos nos unirmos (…) para não vivermos num país que se não está morto, está moribundo” (Carmen Dolores) e que “o teatro tem de se integrar ele mesmo na luta mais geral dos portugueses contra o neofascismo especulativo financeiro” (Castro Guedes), que “temos de parar com isto” (Ruy de Carvalho) e ”vamos continuar a encontrarmo-nos para discutir formas de resistir” (João Lourenço). No QUADRO DE HONRA ver o poema de José Jorge Letria.
Entre muitas outras coisas convém reter que, antes, ainda secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas, por indicação deste, o Novo Grupo teria sido escolhido como modelar e, por isso, pediam acesso a todas as informações da sua actividade por um (suposto?) grupo de investigadores da Faculdade de Economia do Porto, apesar das mesmas estarem em todos os relatórios feitos para a DGArtes (tutelada pelo sEC): tal estudo nunca apareceu e a única verdadeira preocupação desses “investigadores” parece ter sido a de vasculhar ao mais ínfimo pormenor a contabilidade do Novo Grupo, onde, pelos vistos, não descobriram nenhuma irregularidade.
Outro aspecto, referido por João Lourenço, ao enumerar a composição do júri, que classificou o projecto em 39º lugar, é a da constatação de que, no próprio meio, houve gente que se prestou a um papel vergonhoso e que merece que se registe para não mais esquecer: o actor João Reis e a dramaturgista dos Artistas Unidos e Professora na Faculdade de Letras do Porto Alexandra Moreira da Silva.
São coisas que, para quem conheceu a Ditadura Salazarista, trazem à memória as “buscas” e os “bufos” da PIDE!
Contudo, de positivo, fica a unanimidade de pontos de vista sobre o prioritário, apesar de pensamentos e até credos políticos diferenciados, na base da defesa da cultura como base da nossa identidade cultural integrada na luta mais vasta da defesa da soberania de Portugal e da sobrevivência digna dos portugueses. E a vontade de estarmos só no começo de manter um diálogo regular para uma resistência activa.





TAMBÉM A NOSSA LUTA PARA FAZER O “HOTEL BILDERBERG” CONTINUA…


A ARTE PELA ARTE: Oferta pública de doações continua e é já um êxito
(ver janela em cima sobre o que é e como é)

Dia 7, aqui no Blog, o nome de todos os artistas, que vimos divulgando no Facebook. 
Temos vindo a divulgar nomes no Facebook e assim continuaremos. No próximo dia 7 a lista de todos, que ultrapassa o número de 25. E também em breve o nome dos PARCEIROS INSTITUCIONAIS. Mas caso queira a título individual aderir à promoção da iniciativa é fácil fazer-se VOLUNTÁRIO  a título individual… é fácil.

COMO SE FAZER VOLUNTÁRIO EM NOME INDIVIDUAL E PARA FAZER O QUÊ

Escreve para o nosso e-mail: dogma12.estudio@gmail.com com a manifestação desse desejo, indicando nome, e-mail, localidade, área profissional e (facultativamente) telemóvel e idade. Entraremos em contacto com mais pormenores, mas basicamente trata-se de ajudar na divulgação desta iniciativa
Mais pormenores na no cabeçalho do Blog na janela “A Arte pela Arte”.


QUADRO DE HONRA



CORRECÇÃO PRÉVIA



Antes de qualquer outra referência, cumpre-nos apresentar formalmente desculpa Câmara Municipal desculpas ao Dr. Carlos Carreiras, actual Presidente  Cascais, que foi quem presidiu à “salvação” dos quadros de Paula Rego, após a “bestialidade” da Administração Central ter posto em causa a sua permanência em Portugal (ver página de rosto neste Blog de 26/04/2012  onde foi colocada a fotografia do Dr. António Capucho,
que renunciou ao mandato em 2011.
De qualquer forma o devido elogio à Câmara Municipal de Cascais,
que faz da cultura uma primeira linha estratégica mantém-se inteiramente justo. Bem Hajam!




9º FESTIVAL PORTUGAL A RUFAR: DIA DO BOMBO
(Organização do Tocá Rufar: http://www.tocarufar.com)
Seixal, domingo, dia 2 de Junho 2013






83ª FEIRA DO LIVRO DE LISBOA
Após a vergonhosa interrupção, este ano, da Feira do Livro do Porto, por falta de condições e de vontades, saúda-se que a edição em 2013 permaneça em Lisboa.
Até 10 de Junho.













PRÉMIO CAMÕES


O vencedor do prémio literário mais importante da criação literária da língua portuguesa é o escritor moçambicano Mia Couto.











OLGA RORIZ



DANÇA A SOLO SEXTA-FEIRA, 06
TEATRO JOAQUIM BENITE
(Almada)










EM DESTAQUE


“VARIAÇÕES SOBRE UM POEMA DE BRECHT”
José Jorge Letria

VARIAÇÕES AMARGAS SOBRE UM POEMA DE BRECHT

Ao João Lourenço e ao Teatro Aberto, solidariamente

Primeiro aumentaram-me os impostos, mas eu não me preocupei porque já estava habituado a que me aumentassem os impostos.
Depois cortaram-me os subsídios de férias e de Natal, mas eu acreditei que era um esforço temporário para ajudar o país a recuperar da crise.
Depois vi amigos e colegas a ficarem desempregados, mas pensei: “Pelo menos ainda conservo o meu emprego”.
Em seguida, deixei de conseguir pagar a amortização da casa e tive de entregá-la ao banco, mas acreditei que melhores dias estavam para vir.
Depois deixei de ter dinheiro para comprar livros e para ir ao teatro e ao cinema, mas tentei resignar-me com a programação da televisão.
Depois os meus filhos anunciaram-me que queriam emigrar por não terem trabalho nem futuro em Portugal, mas eu acreditei que ainda podia fazê-los mudar de ideias.
Senti muito a falta deles, até nas noites em que íamos juntos ao teatro.
Por fim, sentei-me à porta do meu país, no degrau mais rente ao chão, à terra, à erva brava e apeteceu-me chorar, coisa que os homens devem fazer.
Então gritei “basta!”, mas já ninguém me ouviu porque havia um silêncio de pedra à minha volta.
Então procurei um teatro aberto e encontrei muitas grupos e companhias à beira de fechar, minguados de meios e de alento para continuar.
Nessa altura, desenhei um círculo de giz, relembrei as palavras estóicas da minha Mãe–Coragem e disse para comigo: “Se eu me render, quem lutará por mim? Se eu me deixar derrotar, quem manterá aberto o teatro luminoso da minha esperança magoada?
                                                              

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