NA
CULTURA TOCOU A REBATE NO TEATRO ABERTO
Porque há momentos de natureza marcante
e tão importante que devem passar à frente do mais, hoje a nossa página não
abre com Dogma 12
NOVO GRUPO EM
PERIGO DE FECHAR NUM PAÍS MORIBUNDO OU DA LUTA A TRAVAR!
No pp dia 28, mais de uma centena de artistas –
e não só do teatro (Júlio Pomar por exemplo) – bem como até ex-responsáveis da
tutela (Manuel Maria Carrilho, Mário Vieira de Carvalho, António Braz Teixeira)
e vários intelectuais e representantes da comunicação social responderam ao
apelo do Novo Grupo, classificado por um júri incompetente e servil em 39º
lugar, de acordo com grelhas disparatadas de um qualquer Excel avariado. Para
mostrarem a sua solidariedade e em que, de uma forma ou outra, registaram que “o
ataque ao Novo Grupo representa um ataque geral ao Teatro e à Cultura para
silenciar o pensamento” (Luís Miguel Cintra) e, por isso, “é hora de todos nos
unirmos (…) para não vivermos num país que se não está morto, está moribundo”
(Carmen Dolores) e que “o teatro tem de se integrar ele mesmo na luta mais
geral dos portugueses contra o neofascismo especulativo financeiro” (Castro
Guedes), que “temos de parar com isto” (Ruy de Carvalho) e ”vamos continuar a
encontrarmo-nos para discutir formas de resistir” (João Lourenço). No QUADRO DE HONRA ver o poema de José Jorge
Letria.
Entre muitas outras coisas convém reter que,
antes, ainda secretário de Estado da Cultura Francisco José Viegas, por
indicação deste, o Novo Grupo teria sido escolhido como modelar e, por isso,
pediam acesso a todas as informações da sua actividade por um (suposto?) grupo
de investigadores da Faculdade de Economia do Porto, apesar das mesmas estarem
em todos os relatórios feitos para a DGArtes (tutelada pelo sEC): tal estudo
nunca apareceu e a única verdadeira preocupação desses “investigadores” parece
ter sido a de vasculhar ao mais ínfimo pormenor a contabilidade do Novo Grupo,
onde, pelos vistos, não descobriram nenhuma irregularidade.
Outro aspecto, referido por João Lourenço, ao
enumerar a composição do júri, que classificou o projecto em 39º lugar, é a da
constatação de que, no próprio meio, houve gente que se prestou a um papel
vergonhoso e que merece que se registe para não mais esquecer: o actor João
Reis e a dramaturgista dos Artistas Unidos e Professora na Faculdade de Letras
do Porto Alexandra Moreira da Silva.
São
coisas que, para quem conheceu a Ditadura Salazarista, trazem à memória as
“buscas” e os “bufos” da PIDE!
Contudo,
de positivo, fica a unanimidade de pontos de vista sobre o prioritário, apesar
de pensamentos e até credos políticos diferenciados, na base da defesa da
cultura como base da nossa identidade cultural integrada na luta mais vasta da
defesa da soberania de Portugal e da sobrevivência digna dos portugueses. E a
vontade de estarmos só no começo de manter um diálogo regular para uma
resistência activa.
TAMBÉM A NOSSA LUTA PARA
FAZER O “HOTEL BILDERBERG” CONTINUA…
A ARTE PELA ARTE: Oferta pública de doações
continua e é já um êxito
(ver janela em cima
sobre o que é e como é)
Dia 7, aqui no Blog, o nome de todos
os artistas, que vimos divulgando no Facebook.
Temos vindo a divulgar nomes no
Facebook e assim continuaremos. No próximo dia 7 a lista de todos, que
ultrapassa o número de 25. E também em breve o nome dos PARCEIROS
INSTITUCIONAIS. Mas caso queira a título individual aderir à promoção da
iniciativa é fácil fazer-se VOLUNTÁRIO a
título individual… é fácil.
COMO SE
FAZER VOLUNTÁRIO EM NOME INDIVIDUAL E PARA FAZER O QUÊ
Escreve para o nosso e-mail: dogma12.estudio@gmail.com com a manifestação desse desejo, indicando nome, e-mail, localidade, área
profissional e (facultativamente) telemóvel e idade. Entraremos em contacto com
mais pormenores, mas basicamente trata-se de ajudar na divulgação desta
iniciativa
Mais pormenores na no cabeçalho do Blog na janela “A Arte pela Arte”.
QUADRO
DE HONRA
CORRECÇÃO
PRÉVIA
Antes de qualquer outra referência,
cumpre-nos apresentar formalmente desculpa Câmara Municipal desculpas ao Dr. Carlos
Carreiras, actual Presidente Cascais,
que foi quem presidiu à “salvação” dos quadros de Paula Rego, após a
“bestialidade” da Administração Central ter posto em causa a sua permanência em
Portugal (ver página de rosto neste Blog de 26/04/2012 onde
foi colocada a fotografia do Dr. António Capucho,
que renunciou ao mandato em 2011.
De qualquer forma o devido elogio à
Câmara Municipal de Cascais,
que faz da cultura uma primeira linha
estratégica mantém-se inteiramente justo. Bem Hajam!
9º FESTIVAL PORTUGAL A RUFAR: DIA DO BOMBO
(Organização do Tocá Rufar: http://www.tocarufar.com)
Seixal, domingo, dia
2 de Junho 2013
83ª FEIRA DO LIVRO DE LISBOA
Após a vergonhosa interrupção,
este ano, da Feira do Livro do Porto, por falta de condições e de vontades,
saúda-se que a edição em 2013 permaneça em Lisboa.
Até 10 de Junho.
PRÉMIO CAMÕES
O vencedor do prémio literário mais importante da criação
literária da língua portuguesa é o escritor moçambicano Mia Couto.
OLGA RORIZ
DANÇA A SOLO SEXTA-FEIRA, 06
TEATRO JOAQUIM BENITE
(Almada)
EM DESTAQUE
“VARIAÇÕES SOBRE UM
POEMA DE BRECHT”
José Jorge Letria
VARIAÇÕES AMARGAS SOBRE UM POEMA DE BRECHT
Ao João Lourenço e ao Teatro Aberto,
solidariamente
Primeiro aumentaram-me os impostos, mas eu não me preocupei porque já
estava habituado a que me aumentassem os impostos.
Depois cortaram-me os subsídios de férias e de Natal, mas eu acreditei
que era um esforço temporário para ajudar o país a recuperar da crise.
Depois vi amigos e colegas a ficarem desempregados, mas pensei: “Pelo
menos ainda conservo o meu emprego”.
Em seguida, deixei de conseguir pagar a amortização da casa e tive de
entregá-la ao banco, mas acreditei que melhores dias estavam para vir.
Depois deixei de ter dinheiro para comprar livros e para ir ao teatro
e ao cinema, mas tentei resignar-me com a programação da televisão.
Depois os meus filhos anunciaram-me que queriam emigrar por não terem
trabalho nem futuro em Portugal, mas eu acreditei que ainda podia fazê-los
mudar de ideias.
Senti muito a falta deles, até nas noites em que íamos juntos ao
teatro.
Por fim, sentei-me à porta do meu país, no degrau mais rente ao chão,
à terra, à erva brava e apeteceu-me chorar, coisa que os homens devem fazer.
Então gritei “basta!”, mas já ninguém me ouviu porque havia um
silêncio de pedra à minha volta.
Então procurei um teatro aberto e encontrei muitas grupos e companhias
à beira de fechar, minguados de meios e de alento para continuar.
Nessa altura, desenhei um círculo de giz, relembrei as palavras
estóicas da minha Mãe–Coragem e disse para comigo: “Se eu me render, quem
lutará por mim? Se eu me deixar derrotar, quem manterá aberto o teatro luminoso
da minha esperança magoada?
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